First Kill foi descontinuada após o lançamento da primeira temporada |
Outras produções com protagonistas lésbicas e bissexuais também ficaram sem final
"Vou assistir a série pelo conteúdo. O conteúdo? Mulheres se beijando". Quem se entendeu lésbica ou bissexual antes da popularização dos streamings, sabe como era difícil encontrar séries que trouxessem representatividade e acolhimento. Ver The L Word em baixíssima resolução ou caçar a temporada de Naomi e Emily em Skins era uma forma de encontrar na ficção uma referência para a vida real.
Além da dificuldade de achar produções que retratassem o amor entre mulheres, quando essas figuras apareciam, geralmente tinham um final trágico. Mortes, doenças, traições e separações são comuns nessas tramas.
Alguns anos atrás, quando ainda estava conquistando espaço no mercado do audiovisual, a Netflix chamou a atenção ao produzir uma série protagonizada por uma personagem bissexual que era presa na mesma penitenciária que a ex-namorada. Orange Is The New Black recebeu, na época, o posto de série mais assistida da plataforma.
O enredo terminou após 7 temporadas em 2019. E essa foi a última vez que a companhia concluiu uma narrativa sáfica. Everything Sucks? Cancelada. I Am Not Okay With This? Ficou sem continuação. Feel Good? Também esquecida no churrasco.
Pouco tempo após o lançamento, saiu a notícia de que First Kill também não teria um desenvolvimento. A série, que ficou conhecida como o "crepúsculo lésbico", terminou com um final aberto e não será continuada pela plataforma de streaming.
Apesar dos efeitos toscos e da cenografia duvidosa, o enredo havia conquistado uma parcela considerável do público. Com poucas opções de produções focadas no amor entre mulheres, a série conseguiu entregar entretenimento e representatividade. No mês de lançamento, a trama ficou entre as mais assistidas, com 100 milhões de horas de reprodução.
Revoltados com a decisão da companhia, os assinantes subiram uma hashtag no Twitter para reclamar sobre o cancelamento da produção. "#CancelNetflix" ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta quarta-feira (3).
Os fãs esperam que a empresa mude de opinião e decida criar um desfecho para o romance entre a caçadora e a vampira. E que, nas próximas produções, pare de assassinar as séries com protagonistas lésbicas e bissexuais logo na primeira temporada. Essa não foi a primeira morte, mas pode ser a última.
é mês do orgulho lésbico e first kill foi cancelada e eu estou pensando muitos pensamentosestou pensando como sempre fui lésbica e sempre amei histórias e nunca foi uma questão me interessar e encontrar identificação em histórias de amor hétero. nunca mesmo.— Beatriz D'Oliveira (@Bia_dOliveira) August 3, 2022
eu sei que algumas pessoas acharam a série ruim, mas a questão é que:1. a gente também merece uma farofa pra chamar de nossa2. todas as nossas histórias são canceladas. hoje mais obras lgbt tão sendo lançadas e mesmo assim parece que nunca conseguimos o protagonismo— louie ponto (@louieponto) August 3, 2022
Desabafo: Essa onda de cancelamentos, de verdade, está me afetando. Literalmente o fio da esperança era First Kill e esse fio se foi junto com o cancelamento da série e eu penso, como voltar a postar conteúdo sáfico se sempre teremos o mesmo final?Não dá pra viver de migalhas.— Les Bi Honest (@lesbihonestbr) August 3, 2022
Fans de First Kill, cancelem a Netflix de vocês. Parem de dar dinheiro pra eles, e eles vão nos ouvir. #CancelNetflix
— Cal & Jules Forever (@tribadismm) August 3, 2022
Gente a Netflix só entende números. Se você tá revoltado/a/e com o cancelamento da sua série, mande uma mensagem clara p/ eles #CancelNetflix não adianta ficar fazendo birra no twitter, na vida real o que vale é o dinheiro que você paga pra assistir. Pare de dar dinheiro pra eles
— C & J - save first kill - (@scissoringss) August 3, 2022
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