Estudante relata que foi agredida após se negar a ficar com homem e relatar que é lésbica em Cubatão (SP) — Foto: Reprodução/Facebook
Após o ocorrido, ela fez uma postagem de desabafo nas redes sociais que passou a ser compartilhada por diversas pessoas.
Estudante relata que foi agredida após se negar a ficar com homem e relatar que é lésbica em Cubatão
Uma jovem de 17 anos relata que foi agredida por um homem ao dizer que não queria ficar com ele e relatar que era lésbica em Cubatão (SP). A estudante conta que estava sozinha quando foi abordada pelo agressor. A vítima foi arrastada e agredida com chutes e socos e ouviu do suspeito que 'pessoas como ela têm que morrer'.
A agressão ocorreu enquanto a vítima voltava para casa após uma festa que foi com as amigas. Conforme relatou ao G1 neste domingo (13), o homem estava nessa mesma festa.
Ele estava faz tempo dando em cima de mim. Inicialmente eu só tinha dito não e nem contei que era lésbica. Mas ele puxou meu cabelo mesmo assim para me dar um beijo e aí eu falei que gostava de mulher", conta.
Após dizer que era lésbica, a estudante afirma que acreditou que ficaria tudo bem, porque o rapaz voltou para a mesa que estava com os amigos e ficou no local.
Mas toda hora que ele passava perto de mim, me empurrava com o cotovelo. Então falei para minhas amigas que iria embora porque estava sentindo que esse cara estava querendo arrumar briga", relata.
Ela conta que foi embora com uma amiga, só que a menina morava antes da casa dela. Ao deixar a colega em casa, ela seguiu seu trajeto. Pouco depois, ouviu o barulho de uma moto.
Nessa hora eu só senti ele me puxando pelo cabelo, momento em que foi me arrastando. Eu cai no chão e ele jogou a moto para o lado e começou a me agredir com socos e chutes", diz.
Segundo a jovem, enquanto ela apanhava, era ameaçada pelo agressor, que dizia que iria matá-la.
Ele dizia 'se você não passar a gostar de homem, vai morrer agora' e 'pessoas como você têm que morrer'. Eu realmente achei que iria morrer, se não tivesse chego alguém, acho que ele iria me bater até ver que eu não estava mais reagindo. Pensei que iria morrer ali", relata.
A estudante afirma que começou a gritar por ajuda e viu dois rapazes próximos, momento em que escutou eles dizerem que era briga entre marido e mulher e não iriam se intrometer, então gritou novamente afirmando que não conhecia o rapaz da moto.
Foi aí que eles foram bem rápido até lá, tiraram o homem de cima de mim e foram me levantar. Nesse meio tempo, ele [agressor] subiu na moto e fugiu", afirma.
Os rapazes acompanharam a vítima até a casa dela. A adolescente conta que está inchada, roxa e com dores após as agressões. De acordo com ela, o agressor tem em torno de 25 e 30 anos, mas não o conhece e nem sabe o nome dele.
Eu acho que sofri preconceito duas vezes. Uma por ser mulher, porque ele não respeitou meu não. É como se o não da mulher não tivesse voz. E a outra devido a minha orientação sexual. Por isso tomei coragem e postei sobre o ocorrido nas redes sociais, porque quero justiça e encorajar outras mulheres que passem por isso a denunciar também. Porque eu me culpei e senti vontade de não me envolver mais com mulher, é um sentimento horrível, você se sente um lixo, com medo e impotente. E na verdade eu não fiz nada de errado. Ele tinha que me respeitar."
Na tarde de sábado, a adolescente foi ao hospital e fez exames para saber seu estado de saúde. A mãe informou que o caso ainda não foi registrado na Delegacia de Polícia da cidade.
Para eu conseguir me assumir já foi muito difícil. A sorte é que minha mãe sempre me respeitou e me apoiou em tudo. Então além de passar pelo processo difícil de me aceitar, também tive que viver isso. E ele estava consciente do que fazia. Me batia dizendo o motivo de eu estar apanhando. Chegou a falar que Deus fez a mulher para ficar com o homem", finaliza.
Clipping Garota é espancada após 'dar fora' em homem ao alegar ser lésbica em SP, por Isabella Lima, G1 Santos, 13/09/2020
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