Day Limns |
Quando foi vista pela primeira vez no "The Voice Brasil 2017", do qual foi uma das finalistas, Day Lima já chamou a atenção por conta de seus dons musicais e também por conta de sua personalidade aberta. Na época, ela já aparecia com sua namorada e falava com orgulho de sua orientação sexual. Mas o caminho nem sempre foi fácil.
Igreja, conservadorismo e repressão
As pessoas falavam muito que Deus não gostava de sentimento de culpa. Eu via que as pessoas não agiam dessa forma: tudo que elas falavam era para me fazer sentir culpada. Quando comecei a ficar incomodada com a culpa que estava sentindo, falei: isso não é de Deus. Se o Deus que amo tanto e que falam que me ama deixar de me amar por ser quem eu sou, deixa de ser Deus.
A cantora não categoriza o que passou dentro da religião como uma lavagem cerebral. "Parece, mas não é", enfatiza ela, dizendo que tem mais a ver com a experiência individual de cada um e que há quem seja muito feliz na igreja. Mas, não foi seu caso: ela quase foi pastora e só não foi para um seminário nos Estados Unidos por ter seu visto negado.
Teve um momento da minha adolescência que eu estava liderando jovens e falando que tinha vencido minhas tentações homossexuais. Eu estava mentindo para essas pessoas, sabia que o buraco era muito mais embaixo, não tinha vencido nada.
Day e a namorada Carol Biazin |
Dedicada à música
Hoje, Day está dedicada mesmo à sua música. Ela conta hoje com mais de 80 milhões de acessos em seus vídeos no YouTube, além de mais de 25 milhões de visualizações em streaming de músicas, tendo ajuda a escrever hits como "Complicado", de Vitão e Anitta. Nesta sexta-feira, ela lançou o "A Culpa é do Meu Signo". Ela conta que fala de sua sexualidade com naturalidade em sua obra, como em seu primeiro single, "Tanto Faz', cuja primeira palavra é "Mina".
Gosto de tratar tudo com naturalidade, porque realmente sou isso, não é um personagem. Eu acho que a bandeira eu levante independente de ser artista ou não, acho que se tivesse qualquer outra profissão ia levantar a bandeira, é meu dever como cidadã lésbica.
Entendo a responsabilidade que tenho por ter pessoas que me seguem, o quanto minha história inspira outras pessoas e o quanto é um privilégio inspirar outras pessoas a se aceitarem e se amarem como são.
Day também procura inspirar que outros jovens se aceitem como são, citando sua própria experiência.
Meu pai ficou de boas, minha mãe não ficou de boas de jeito nenhum. Foi um período muito doloroso da minha vida, tive que ouvir coisas da minha mãe das quais ela mesma se arrepende hoje. Ela chegou a dizer que hoje entende mais do amor de Deus do que os anos inteiros vivendo na igreja.
A gente luta contra a homofobia desde que se entende por gente. Até mudei meu lema: os homofóbicos que lutem. Não vou deixar de ser quem sou, eu vou resistir para sempre, acho que esse mês é uma lembrança disso. Viocê precisa ter orgulho de ser quem você é, não está errado ser quem é.
Clipping Cantora que quase foi pastora e se assumiu lésbica diz que pregava mentiras, por Guilherme Machado, 21/06/2020
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