Escolas escocesas serão obrigadas a ensinar sobre a história dos movimentos LGBTI e a fomentar o combate à homofobia |
Escócia será primeiro país a incluir direitos LGBTI no currículo escolar
A Escócia se tornará o primeiro país do mundo a incorporar o ensino dos direitos de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais no currículo escolar. Ativistas descreveram a decisão como um momento histórico para o movimento LGBTI.
Educação inclusiva em escolas públicas tem como objetivo combater bullying, preconceito e discriminação contra a comunidade LGBTI. Ativistas celebram decisão como um momento histórico.
A Escócia se tornará o primeiro país do mundo a incorporar o ensino dos direitos de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais no currículo escolar. Ativistas descreveram a decisão como um momento histórico para o movimento LGBTI.
A Escócia já é considerada um dos países mais progressistas da Europa na questão da igualdade LGBTI", disse o vice-primeiro-ministro escocês, John Swinney, ao Parlamento da Escócia na quinta-feira (08/11), citado pelo jornal britânico The Guardian. "Tenho o prazer de anunciar que seremos o primeiro país do mundo a incluir a educação inclusiva LGBTI no currículo escolar."
A medida visa a combater o bullying, o preconceito e a discriminação contra a comunidade LGBTI. O ensino sobre os direitos dessa parcela da sociedade será incluído em breve em todas as escolas públicas da Escócia. Como parte do currículo, as escolas serão obrigadas a ensinar os alunos sobre a história dos movimentos LGBTI e suas lutas por igualdade, além de combater a homofobia.
Todas as escolas públicas receberão apoio para ensinar igualdade e inclusão LGBTI em diferentes faixas etárias e assuntos, agrupados sob vários temas", disse o governo escocês num comunicado. "Os temas incluirão terminologia e identidades LGBTI; combate à homofobia, à bifobia e à transfobia; preconceito em relação à comunidade LGBTI; e promoção da conscientização sobre a história de movimentos e igualdade LGBTI."
A decisão foi anunciada após o governo escocês aceitar as recomendações feitas por um grupo de trabalho liderado pela campanha Time for Inclusive Education (TIE). Um estudo encomendado pela TIE concluiu que nove em cada dez escoceses LGBTI vivenciou homofobia na escola, e 27% relataram ter tentado cometer suicídio após ser alvo de bullying.
Jordan Daly, cofundador da TIE, classificou a decisão do governo de uma "vitória monumental da nossa campanha e um momento histórico para o nosso país". Daly acrescentou que a implementação de educação inclusiva LGBTI em todas as escolas públicas transmitirá uma "mensagem forte e clara" de que os membros da comunidade LGBTI são valorizados na Escócia.
A educação é uma das ferramentas mais vitais que temos para combater bullying, preconceito e discriminação – e molda a estrutura de nossa sociedade", concluiu Daly, citado pela imprensa britânica.
A Escócia tem sido regularmente classificada como um dos países mais avançados da Europa em relação às proteções legais para membros da comunidade LGBTI – apesar de ter descriminalizado a homossexualidade 13 anos depois da Inglaterra e do País de Gales, em 1980.
Em 2016, a então líder do Partido Trabalhista Escocês, Kezia Dugdale, descreveu a Escócia como o país com "o Parlamento mais gay do mundo". Na época, quatro dos seis líderes partidários do país se identificavam como lésbica, gay ou bissexual – incluindo a própria Dugdale.
Fonte: Deutsche Welle, 19/11/2018
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