Dificuldades eleitorais foram avaliadas no evento "LGBT e Democracia: quais são os principais desafios dessa população nas eleições de 2018" (Foto: Sérgio Ripardo) |
Já foram anunciados cerca de 180 candidatos do tipo em todo o País, contra 37 registrados há quatro anos
O Brasil deve manter, nas eleições de outubro, a tendência de crescimento do número de candidaturas identificadas com a agenda LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros).
Segundo Paulo Mariante, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), já foram anunciadas cerca de 180 candidaturas do tipo em todo o País. O número é quase cinco vezes maior (386,4%) que o registrado em 2014, quando haviam 37 candidaturas identificadas com essa causa. No Ceará, o candidato a governador Ailton Lopes, do PSOL é declaradamente homossexual e defende a bandeira.
A tendência de crescimento, mas também as dificuldades dessas candidaturas foram avaliadas, na sexta-feira (10), por ativistas e pesquisadores, durante o workshop "LGBT e Democracia: quais são os principais desafios dessa população nas eleições de 2018", realizado em São Paulo pela ANDI - Comunicação e Direitos, juntamente com a Ben & Jerry's, marca de sorvete do grupo Unilever.
Para facilitar a identificação de candidaturas LGBT no País e conhecer as propostas dos postulantes, o eleitorado interessado nessa agenda pode consultar o site merepresenta.Org.Br.
O #MeRepresenta quer fazer das pautas sobre direitos um grande ativo político não só nessas eleições, mas em todo processo do ciclo da política brasileira, aproximando eleitores de possíveis aliados", afirmou Larissa Santiago, integrante do #MeRepresenta. Nesse cenário, um dos coletivos parceiros do #MeRepresenta, o #VoteLGBT - coletivo que desde 2014 busca aumentar a representatividade de travestis, transexuais, lésbicas, bissexuais e gays na política institucional - perguntou às LGBTs quais eram as pautas mais relevantes para essa comunidade nas eleições de 2018.Com mais de 6 mil respostas - em pesquisa feita durante a Marcha de Mulheres Lésbicas e Bissexuais e a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, além de levantamento online - o coletivo chegou a duas principais pautas: criminalização da LGBTfobia e educação para a diversidade.
Evorah Cardoso, do coletivo #VoteLGBT, destacou a importância das redes sociais para a maior articulação entre os grupos defensores dos direitos humanos do público LGBT. Já André Lopes, diretor da Ben & Jerry's no Brasil, afirmou que a empresa dá apoio a iniciativas das organizações como os coletivos LGBTs.
Empecilhos
O professor Gustavo Gomes da Costa, da Universidade Federal de Pernambuco, que pesquisou sobre as dificuldades de candidaturas LGBTs se viabilizarem e analisou pleitos entre 2002 e 2016, descobriu que só 7% dos candidatos conseguiram se eleger. Neste ano, completam-se 40 anos desde o registro do primeiro candidato assumidamente homossexual, Baiardo de Andrade Lima, a deputado federal, em Pernambuco, recordou.
O professor da faculdade Centro Universitário Una, em Minas Gerais, Roberto Reis, também falou sobre os desafios de se abordar as questões LGBTs na imprensa, defendendo o maior aprofundamento sobre os direitos humanos.
*O jornalista viajou a São Paulo a convite da ANDI
Fonte: Com informações de Diário do Nordeste, por Sérgio Ripardo,11.08.2018
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