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terça-feira, 20 de março de 2018

Quase 100 pré-candidatos ligados à causa LGBT


Candidatos LGBT em busca de afirmação política
Entidade de lésbicas, gays, bissexuais e trans contabiliza quase 100 pré-candidatos ligados à causa; Congresso só tem um nome assumido

Dos 513 deputados federais, apenas um é assumidamente homossexual. A baixa representatividade é sentida na timidez com que pautas como a criminalização da homofobia são discutidas e no atropelo que as demandas da comunidade gay sofrem na Casa pelas fortes bancadas conservadoras e religiosas.

Atenta a essa realidade, a Aliança Nacional LGBTI+ 😄começou um mapeamento dos pré-candidatos assumidamente homossexuais e aliados. Até esta sexta-feira, 16, o levantamento apontava 93 nomes, divididos entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais  e outros (entre esses, os aliados – que podem ser heterossexuais mas são considerados defensores da causa).

O partido com mais pré-candidatos com essas características é o PSOL (19), seguido pelo PCdoB (14) e o PT (11). Legendas consideradas de direita, como PSD, PTC e PTB também têm representantes. A divisão por região mostra que o Sudeste concentra quase metade desses nomes (40). A região com menos representantes é a Norte, com apenas três.

O presidente da Aliança Nacional LGBTI+ (sic), Toni Reis, afirma que o levantamento visa criar uma rede de trocas de ideias e propostas para eventuais mandatos – bem como ajudar na divulgação das próprias campanhas.
Nossa esperança é aumentar a bancada na Câmara em pelo menos 100%”, diz Reis. “Parece muito, mas na verdade hoje só temos um deputado assumidamente gay, o Jean Wyllys (PSOL-RJ). Então, aumentar a bancada em 100% é sonhar com pelo menos dois eleitos.”
O levantamento incluiu a pré-candidata à Presidência Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) na lista. “Ela entra como ‘outros’. Embora não seja gay, Manuela é uma aliada ‘plus’, alguém muito conectada com as nossas causas”, afirma.

Parada

O ano eleitoral também vai se refletir na tradicional Parada do Orgulho LGBTI+, que ocorre no dia 3 de junho, em São Paulo. O tema do evento neste ano é: Poder para LGBTI+: Nosso Voto, Nossa Voz.
Somos sub-representados na política nacional. Por isso, esse é o momento de continuar mostrando que não é apenas uma festa”, diz a presidente da ONG APOGLBT SP, organizadora da Parada, Claudia Regina.
A presidente da ONG afirma que a politização da Parada não é partidária. Segundo Claudia, representantes de todos os partidos que estiverem comprometidos com as causas são bem-vindos para participar.

Fonte: O Estado de S.Paulo, Gilberto Amendola, 18/03/2018 

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