A Austrália legalizou nesta sexta-feira o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, depois de uma consulta nacional que recebeu um grande apoio da população.
O governador-geral, Peter Cosgrove, representante na Austrália da rainha Elizabeth II da Inglaterra, firmou a lei, aprovada na véspera pelo Parlamento e que entrará em vigor no sábado.
O texto já é lei”, declarou Cosgrove em cerimônia em Canberra.
Que dia para o amor, para a igualdade, para o respeito! A Austrália conseguiu”, celebrou o primeiro-ministro Malcolm Turnbull após a aprovação no Legislativo.
A partir de sábado, os casais do mesmo sexo poderão apresentar os pedidos oficiais de matrimônio. Os primeiros casamentos poderão acontecer dentro de um mês.
Cada australiano teve sua voz, e a maioria afirmou que é justo”, completou Turnbull, um político de centro-direita.
Com a oposição da ala conservadora de seu movimento político à reforma, Turnbull optou por organizar nos últimos meses uma controversa e incomum consulta popular por correio, cujos resultados não eram vinculantes.
Quase 80% dos eleitores do país participaram da consulta, que durou dois meses. A apuração revelou em novembro que quase 62% dos 12,7 milhões de eleitores se pronunciaram a favor do casamento gay.
Após a divulgação dos resultados, o primeiro-ministro optou por agir rápido e apresentou ao Parlamento uma lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O líder da oposição trabalhista, Bill Shorten, celebrou a aprovação do texto e pediu aos australianos que superem as divisões evidenciadas pelos debates das últimas semanas.
É hora de fechar as feridas”, disse Shorten.
Os defensores da igualdade entre os sexos se reuniram diante do Parlamento em Canberra para este dia histórico, que deve incluir a Austrália entre o grupo de países que autorizam as uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Agradecemos a todos os australianos por seu apoio ao sim”, declarou Alex Greenwich, um dos líderes da Campanha pela Igualdade. Agradecemos a todos os que lutam há muitos anos, em alguns casos há mais de 10 anos, pela justiça e a igualdade”, completou.
Os críticos do texto tentaram apresentar emendas, para permitir exceções religiosas, mas foi em vão.
A lei foi aprovada na última sessão do ano, após uma semana de debates entre os deputados.
Mais de 25 países no mundo reconhecem os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
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