Mulher sai do armário no Marrocos em vídeo que pede respeito a homossexuais
Rabat, 11 dez (EFE).- Hajar Mutawakil "saiu do armário" publicamente em um vídeo onde fala sobre sua homossexualidade com o rosto descoberto, o que provocou enorme impacto nas redes sociais.
O vídeo foi publicado pela revista dirigida ao público homossexual marroquina "Akaliyat" (Minorias), parte de uma campanha de tema "O amor é um direito humano", em celebração ao Dia dos Direitos Humanos.
Na gravação de 33 segundos Hajar Mutawakil faz um pedido por tolerância: "O amor não é um pecado, não é um crime, ama quem quiser e onde quiser".
Em sua conta no Facebook, Mutawakil disse não se sentir porta-voz dos homossexuais, e que com seu vídeo pretendia basicamente se "expressar como pessoa", e esclareceu que não tem nenhum problema com os muçulmanos, mas "com suas crenças que dão direito a me insultar, me bater e até me matar".
Na declaração, rara em uma sociedade muçulmana, Hajar acrescentou que o islã "me denigre primeiro como pessoa, segundo como mulher, terceiro como não-muçulmana e por último como homossexual".
As redes sociais e a imprensa local repercutiram intensamente o vídeo, o que gerou reações de reprovação e de apoio a ela, e vários ativistas compartilharam o vídeo.
Mutawakil disse em uma entrevista ao jornal eletrônico "Al yaum24" que os homossexuais devem impor sua existência na sociedade "porque fazem parte da sociedade, que deve respeitá-los".
A homossexualidade é criminalizada no Marrocos pelo artigo 489 do Código Penal, que castiga com pena de entre seis meses e três anos "quem cometer um ato impudico antinatural com um indivíduo do mesmo sexo", e sofre também grande reprovação social.
O movimento homossexual marroquino, clandestino, conta com várias dezenas de jovens ativistas que publicam algumas revistas "online", mas nunca até agora tinham se mostrado publicamente.
Fonte: UOL, 12/12/2015
Fonte: UOL, 12/12/2015
0 comentários:
Postar um comentário