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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Aplicativo Monitor de Direitos Humanos vai combater racismo, homofobia e discursos de ódio na Internet


Sabemos o quanto a internet pode ser um lugar complicado, onde o véu da anonimidade e da distância fazem com que muitos usuários destilem sem filtros todos os seus preconceitos. Essa semana, o Facebook da atriz Taís Araújo foi exemplo desta tendência, sendo invadido por dezenas de comentários racistas nojentos. Para frear este tipo de atitude, foi encomendado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o Monitor de Direitos Humanos, como foi batizado o aplicativo. Ele buscará palavras-chaves em conversas que estimulem violência sexual contra mulheres, racismo e diferentes formas de discriminação contra minorias. Os dados ficarão disponíveis online e ajudarão a polícia a tipificar estes crimes.

O aplicativo poderá monitorar postagens nas redes sociais que reproduzam mensagens de ódio, racismo, intolerância e que promovam a violência. A ideia foi desenvolvida pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e o app será lançado este mês, permitindo que usuários sejam identificados e denunciados.

De acordo com o professor responsável pelo projeto, Fábio Malini, os direitos humanos são vistos de maneira pejorativa por setores da internet, vide páginas como Revoltados Online (cujo administrador humilhou um frentista haitiano em rede nacional). Percebe-se que, nestes locais, o discurso de ódio tem ganhado fôlego. “É preciso desmantelar esse processo”, defende. Por meio da disponibilização dos dados, ele acredita que é possível criar políticas públicas “que amparem e empoderem as vítimas”.

As vítimas vão além de pessoas públicas, este é o caso da jovem Maria das Dores Martins dos Reis, que por ser negra e postar uma foto no Facebook ao lado do namorado, que é branco, começou a ser alvo de discriminação. A foto recebeu dezenas de comentários racistas e foi compartilhada em grupos criados especialmente para agredi-la.
É como se fosse uma diversão para ele. Só que para quem sofre não é legal. Isso dói e machuca”, revelou, que, mesmo após ter denunciado o caso, não viu agressores condenados.
O aplicativo ainda não está finalizado, mas isso não significa que você não possa ajudar no combate aos discursos de ódio. O TudoCelular já mencionou em outras ocasiões o seu apoio à Safernet, um site recolhe denúncias anônimas relacionadas a crimes de pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida.

Além dele também existe o Canal do Cidadão, criado pelo Ministério Público Federal recebe denúncias de diferentes tipos. A pessoa pode optar por manter os seus dados sigilosos ou não. A Procuradoria-Geral da República recomenda aos cidadãos apresentarem o maior número de provas para que o processo possa ter mais agilidade.

Por fim temos o Disque 100: o canal recebe denúncias de abuso ou violência sexual. O serviço é coordenado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O Disque 100 funciona 24 horas por dia. As ligações são gratuitas e podem ser feitas de qualquer local do Brasil. A denúncia é anônima e as demandas são encaminhadas para as autoridades competentes.

Os especialistas recomendam que você tome algumas precauções e posturas quando presenciar crimes de ódio cometidos na internet. Os passos são os seguintes.
  1. Guarde todas as provas e indícios possíveis
  2. Tire fotos das denúncias, "print screen" e imprima o material
  3. Registre as denúncias com o maior número de detalhes
  4. Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime
  5. Crie uma rede de proteção às crianças vítimas. Não permita que ela fique exposta aos comentários ofensivos nas redes sociais

Fonte: Com informações de TudoCelular, 03/11/2015

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