Europa quer a atenção de turistas LGBT
Turistas homossexuais gastam cerca de 30% a mais dos que a média dos demais turistas
A Espanha está ganhando a batalha por turistas homossexuais, homens e mulheres. Visitantes LGBT já contribuem com cerca de US$ 6,8 bilhões à economia espanhola, de acordo com relatório da LGBT Capital, tirando da França o posto de principal destino turístico gay.
Turistas homossexuais gastam cerca de 30% a mais dos que a média dos demais turistas na Espanha, de acordo com estimativas do governo, alavancando um setor que responde por 12% dos empregos.
Enquanto um crescente número de países, como França e Reino Unido, introduz uma legislação de direitos iguais e promove a visitação de gays, a Espanha está na frente de batalha. Mesmo a liderança conservadora de Madri está abraçando essa causa.
Em 2005, a Espanha se tornou o terceiro país europeu a legalizar o casamento gay — depois de Bélgica e Holanda —, saindo da sombra da ditadura católica do general Francisco Franco, que morreu em 1975. Essa medida deu ao país a credencial de destino de férias onde as pessoas podem ser sentir tranquilas em relação à sua sexualidade — de tal maneira que alguns não querem nem voltar para casa.
É muito tolerante e é divertido — disse Fabiano Ribeiro, um brasileiro de 32 anos, que visita Barcelona com dois amigos. — A gente anda de mãos dadas sem nenhum problema.
Todo mês de agosto, Barcelona abriga o maior festival gay da Europa, atraindo 71 mil visitantes só este ano. Durante duas semanas, a segunda cidade da Espanha é tomada de imagens de modelos masculinos para divulgar festas para os visitantes gays e sinalizar lojas com ofertas especiais, de espreguiçadeiras a entradas gratuitas para academias de ginástica. Além disso, a cidade é tomada por festas à beira da piscina e em boates.
Com ingressos para acesso total a € 360 (US$ 406), os organizadores de eventos geram € 150 milhões para a economia local. Após oito anos, o festival crescerá para Ibiza este ano e para as Ilhas Canárias, no ano que vem, respondendo ao aumento da demanda por eventos para gays e lésbicas.
Este fluxo de visitantes também vai para locais como bares, academias de ginástica, até mesmo motoristas de táxi acabam envolvidos — disse o organizador Tes Cuadreny. — Eles sabem que isso beneficia a todos.
Tais iniciativas tornaram a Espanha líder na Europa, à frente da França, que gera US$ 6,6 bilhões em receita, de acordo com a LGBT Capital, uma empresa de investimento baseada nas Ilhas Virgens Britânicas, que se concentra em ativos voltados para o público gay. Os Estados Unidos são líder global com uma receita de US$ 21,5 bilhões.
Em Madri, até o governo regional conservador está cedendo. Pela primeira vez desde sua vitória em maio, a presidente regional Cristina Cifuentes hasteou nos prédios do governo a bandeira do arco-íris, simbolizando o apoio aos homossexuais. Em 2005, seus colegas do Partido do Povo, do presidente do governo espanhol Mariano Rajoy, lideraram 100 mil manifestantes em uma marcha contra a legalização do casamento gay.
A capital espanhola gerou cerca de € 120 milhões desde a maior parada do orgulho gay no início do verão no Hemisfério Norte, de acordo com a organização de vida noturna Noche Madrid.
É um mercado de viagem de alta renda, que não está ligado a férias escolares e que normalmente é mais aventureiro — disse Carlos Kytka, diretor executivo da Associação Europeia de Turismo Gay, que tem mais de 4 mil associados, a maioria hotéis na Europa. — É fácil lotar hotéis no verão em Barcelona, o que nos torna diferente é que viajamos o ano inteiro e gastamos dinheiro. E isso faz o fluxo de dinheiro ser contínuo.Fonte: Tribuna da Bahia, 01/09/2015
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