Pesquisa aponta violência contra homossexuais no esporte
Grande número de homossexuais sofrem violências físicas ou verbais ao praticar esportes, revela uma pesquisa realizada em vários países anglo-saxões publicada neste domingo.
Cerca de 9.500 pessoas, por sua maioria LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais) foram entrevistados nesta pesquisa encomendada pelo comitê organizador de um torneio internacional de rúgbi gay, na Austrália.
As entrevistas foram realizadas com atletas da Austrália, Grã-Bretanha, Irlanda, Nova-Zelândia e Estados Unidos.
Cerca de 19% homossexuais e 9% das lésbicas entrevistadas declararam ter sofrido "violências físicas", um número que se eleva a 27% e 16% no que se refere a ameaças verbais.
Apenas 1% dos entrevistados, entre eles 2.500 heterossexuais, responderam que a homossexualidade é "completamente aceita" no esporte. A grande maioria também condena a homofobia nas arquibancadas.
Cerca de 78% consideram que o público LGBT não está "realmente em segurança" quando revela sua preferência sexual.
Para 41% dos entrevistados, o lugar onde mais se encontram manifestações de homofobia é nos estádios, mas 21% também alegam que ocorre muita discriminação nas aulas de educação física das escolas.
"Muitos pessoas se sentem obrigadas a calar sua preferências sexuais para continuar praticando esporte, medindo cada palavra", comenta Caroline Symons, professora da Universidade Victoria de Melbourne.
"Todos os esforços para esconder a identidade podem impedi-los de aproveitar plenamente o esporte, além de prejudicar o desempenho", completa a universitária, um das sete especialistas que apurou os resultados da pesquisa.
De acordo com Grant O'Sullivan, outro pesquisador da Universidade de Columbia, piadas homofóbicas ouvidas nos campos e quadras podem impedir atletas de tentar a carreira profissional.
"Aqueles que fazem essas piadas não têm necessariamente a intenção de machucar, mas as palavras podem prejudicar pessoas que têm dificuldade de assumir a identidade sexual", explica.
O meia Robbie Rogers, do LA Galaxy, na Major League Soccer norte-americana, é um dos poucos jogadores profissionais de futebol a ter assumido a homossexualidade.
O meia espera que a pesquisa possa ajudar a mudar as mentalidades. "Cada atleta, cada torcedor, deveria parar de ter declarações homofóbicas, mesmo quando só quer fazer piada", alerta o atleta.
Na NBA, o pivô Jason Collins foi o primeiro a romper barreiras no mundo muito machista do basquete americano ao 'sair do armário' em abril de 2013.
Ele foi imitado em fevereiro de 2014 por Michael Sam, jogador de futebol americano que foi draftado (selecionado por uma equipe profissional, o Saint Louis Rams), mas não chegou a estrear na NFL.
Fonte: Terra, 10/05/2015
Fonte: Terra, 10/05/2015
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