Morre filho de casal gay agredido em porta de escola
Os adolescentes envolvidos na confusão prestaram depoimento na semana passada
Morreu, na tarde da segunda-feira (9), o adolescente Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, que estava em coma desde a semana passada após se envolver em uma confusão na porta de uma escola pública na Vila Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, Grande São Paulo.
Peterson foi agredido no dia 5 deste mês por ser filho de um casal de homossexuais, segundo um dos pais que conversou com o R7, Márcio Nogueira.
Eu não sabia que meu filho sofria preconceito por ser filho de um casal homossexual. O delegado que nos informou. Estamos tristes e decidimos divulgar o que aconteceu para que isso não se repita com outras crianças.
O adolescente estudava na unidade de ensino desde os seis anos. Um irmão de 15 anos, que frequenta o mesmo colégio, presenciou a agressão.
O delegado Eduardo Boiguez Queiroz, da delegacia de Itaquaquecetuba, confirmou que o menino se envolveu em uma briga horas antes de passar mal e precisar ser levado da escola para o hospital.
Ele brigou com alguns garotos na entrada da escola e passou mal quatro horas depois. Ele brincou, assistiu aula e depois passou mal. Ele já tinha um aneurisma. Não podemos afirmar que ele passou mal por conta da briga.
A Secretaria Estadual de Educação e a Secretaria Estadual de Saúde negam a versão da família. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que não há nenhum registro de agressão no interior da unidade onde o adolescente estudava e que as imagens das câmeras de segurança estão à disposição das autoridades policiais.
Além disso, a pasta informou que "a direção da escola lamenta profundamente" a morte do aluno, "que estudava na unidade desde os seis anos e participava ativamente das atividades curriculares extra classe, inclusive sendo parte do grupo de teatro e das oficinas realizadas aos finais de semana. Todo apoio aos familiares está sendo prestado."
Já a Secretaria Estadual de Saúde confirma que o adolescente deu entrada nesta quinta-feira (5) no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos com parada cardiorrespiratória e passou por um processo de reanimação. Exames feitos no garoto também constataram que ele teve hemorragia, mas não apresentava sinais externos de violência física.
O pai informou que pretende processar o governo de São Paulo.
— Queremos que a justiça seja feita.
Fonte: R7, Sylvia Albuquerque, 09/03/2015
Fonte: R7, Sylvia Albuquerque, 09/03/2015
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