Da esquerda para a direita, Carmem Lúcia Ribeiro, Andrea Rufino, Bárbara de Melo e Marinalva Santana |
I Colóquio sobre Atenção à Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais aconteceu no CCS/ UESPI
Por Mônica Rosa
Para discutir o atendimento de saúde às mulheres lésbicas e bissexuais brasileiras, a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) realizou o I Colóquio sobre Atenção Integral à Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais. O evento aconteceu na noite da quarta-feira (25) no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Na ocasião a professora da UESPI, Andréa Rufino, apresentou os resultados de sua pesquisa de pós-doutorado intitulada: “Saúde sexual e reprodutiva de mulheres que fazem sexo com mulheres”.
O Colóquio foi uma realização da UESPI- através dos Núcleos Corpo e Sexualidade e Núcleo de Estudos e Pesquisa na Saúde da Mulher- e do Grupo Matizes, que defende a livre orientação sexual e os direitos dos LGBTS.
“O objetivo do Colóquio é divulgar e discutir os resultados da pesquisa sobre Saúde Sexual e Reprodutiva de Mulheres Lésbicas”, afirma a professora. “A ideia é que, junto com a comunidade acadêmica, com os profissionais de saúde, a gestão em saúde e a população de mulheres lésbicas e bissexuais, a gente possa chamar a atenção para informações como prevenção de DST, prevenção de HIV, acesso à técnicas reprodutivas, a humanização do atendimento, para mudar uma realidade de preconceito, que prejudica o acesso dessas mulheres ao serviço de saúde”.
A pesquisa foi desenvolvida em cinco capitais do Brasil: Manaus, São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Teresina e teve como objetivo perguntar sobre práticas sexuais e prevenção entre as mulheres lésbicas e bissexuais e também conhecer a experiência delas nos serviços ginecológicos em todo o Brasil. “Procuramos entender se há discriminação, preconceito e se as necessidades de saúde dessas mulheres são atendidas”, destacou Andréa Rufino. A pesquisadora já foi matéria de destaque no site da Veja, com sua pesquisa de doutorado que explica que os cursos de medicina no Brasil falam pouco sobre orientação sexual.
A reitora da UESPI em exercício, Bárbara de Melo, esteve presente no Colóquio e destacou a importância da pesquisa. “Esse estudo consegue fazer com que o ensino, a pesquisa e a extensão dialoguem. Hoje a Professora Andréa apresenta alguns dados de sua tese e está dando um retorno para a comunidade. Essa é uma responsabilidade que a universidade deve ter”, disse a gestora.
Para as integrantes do Matizes, a realização do Colóquio é de extrema a importância. Carmem Lúcia Ribeiro, Coordenadora Geral do grupo, afirma: “Esse é um momento ímpar para nós. Pela primeira vez estamos discutindo a saúde de mulheres lésbicas e bissexuais com os profissionais da área de saúde. Nós acreditamos que pautar essa discussão aqui vai facilitar o acesso das lésbicas ao sistema de saúde, principalmente no atendimento ginecológico”.
Marinalva Santana, fundadora e coordenadora do Matizes afirma que ações como essa, aproximam não só a academia, mas também o meio médico. ”A gente acha importante sensibilizar esses profissionais, para que eles percebam o significado de se pensar e discutir as especificidades de mulheres lésbicas e bissexuais”.
As professoras Ana Maria Veloso, Sérgia Oliveira, Maria das Dores Sousa e Lyzianne Bona compuseram a mesa do Colóquio e abriram espaço de discussão com a plateia. Foram tratados temas como a vulnerabilidade das mulheres lésbicas e bissexuais ao HIV, HPV, DSTs e câncer de colo do útero, além da humanização do atendimento e acesso às técnicas reprodutivas. Na ocasião também foram entregues duas cartilhas enfocando o combate ao preconceito nos serviços de saúde. Elas foram elaboradas em conjunto com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Saúde da Mulher e Núcleo de Estudos, Extensão e Pesquisa em Sexualidade, ambos da UESPI e o Grupo Matizes.
Fonte: Universidade Estadual do Piauí, Notícias, 26/06/2014
Fonte: Universidade Estadual do Piauí, Notícias, 26/06/2014
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