Páginas

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Morte ao judeu viado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Mensagem com tom ameaçador foi pichada na porta de
 um banheiro masculino de um prédio da UFSC (Foto: Divulgação)

Alvo de antissemitismo e homofobia diz que sofreu 2 agressões na UFSC
Estudante de 19 anos afirmou que ameaça escrita no banheiro remete a ele. Mensagem foi escrita em uma das portas do local e tinha um tom ameaçador.

O estudante de 19 anos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) alvo de antissemitismo e homofobia disse ao G1 nesta quarta-feira (23) que havia sofrido duas agressões verbais provocadas por um jovem que frequenta a instituição. Os dois episódios ocorreram na Universidade quando o estudante usava a quipá (chapéu judeu símbolo da religião). Segundo ele, o homem - com idade entre 24 e 26 anos - não estuda no local.

"No primeiro, eu estava tomando café na cantina e ele perguntou se eu era judeu. Aí ele disse em voz alta: 'eu quero que os judeus queimem'. Da outra vez, ele falou para um colega, também em voz alta: 'estão fechando a UFSC e transformando num campo de concentração'. Ele ainda apontou para mim e disse: 'o judeu ali bem sabe como é'", contou o estudante, que preferiu não se identificar.

Ele contou que foi vítima de uma mensagem de conteúdo antissemita e homofóbico, com tom ameaçador, pichada na porta de um banheiro masculino do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), prédio da UFSC, em Florianópolis, onde estuda. "Claro que foi direcionada a mim, porque eu sou o único judeu do CCE e o único mais especificamente do meu curso", afirmou.

A mensagem diz “morte ao judeu [usou ainda um termo pejorativo que faz alusão a homossexual] do [curso de] português diurno, aquele lixo humano". Outro texto antissemita já havia sido escrito no mesmo banheiro há mais de um ano, conforme a UFSC. O estudante registrou boletim de ocorrência da 5ª Delegacia de Polícia da capital, no Bairro Trindade. O G1entrou em contato com a Delegacia, mas até as 17h20 não obteve sucesso.

Sindicância
Diante das duas agressões pessoais ocorridas no ano passado, o estudante comentou que pesquisou o nome do autor das ofensas e fez uma reclamação na Ouvidoria da UFSC. Ele descobriu que o homem não era aluno da Universidade. Na terça (22), a vice-reitora da instituição, Lucia Helena Martins Pacheco, disse que será aberta uma sindicância para apurar o caso.

A presidente da Associação Israelita Catarinense (AIC), Leonor Scliar-Cabral, que também é professora do Departamento de Línguas e Letras Vernáculas (DLLV), entregou um documento à Reitoria repudiando a ação. Ela argumentou que a violência foi motivada por ódio a duas minorias sociais e pode ser entendida como uma ameaça de homicídio ao estudante.

Além da sindicância, a UFSC informou que pretende tomar outras medidas contra o responsável pelo conteúdo, além de realizar uma campanha de combate a preconceitos.

Fonte: G1, 23/04/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário