Mensagem com tom ameaçador foi pichada na porta de um banheiro masculino de um prédio da UFSC (Foto: Divulgação) |
Alvo de antissemitismo e homofobia diz que sofreu 2 agressões na UFSC
Estudante de 19 anos afirmou que ameaça escrita no banheiro remete a ele. Mensagem foi escrita em uma das portas do local e tinha um tom ameaçador.
O estudante de 19 anos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) alvo de antissemitismo e homofobia disse ao G1 nesta quarta-feira (23) que havia sofrido duas agressões verbais provocadas por um jovem que frequenta a instituição. Os dois episódios ocorreram na Universidade quando o estudante usava a quipá (chapéu judeu símbolo da religião). Segundo ele, o homem - com idade entre 24 e 26 anos - não estuda no local.
"No primeiro, eu estava tomando café na cantina e ele perguntou se eu era judeu. Aí ele disse em voz alta: 'eu quero que os judeus queimem'. Da outra vez, ele falou para um colega, também em voz alta: 'estão fechando a UFSC e transformando num campo de concentração'. Ele ainda apontou para mim e disse: 'o judeu ali bem sabe como é'", contou o estudante, que preferiu não se identificar.
Ele contou que foi vítima de uma mensagem de conteúdo antissemita e homofóbico, com tom ameaçador, pichada na porta de um banheiro masculino do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), prédio da UFSC, em Florianópolis, onde estuda. "Claro que foi direcionada a mim, porque eu sou o único judeu do CCE e o único mais especificamente do meu curso", afirmou.
A mensagem diz “morte ao judeu [usou ainda um termo pejorativo que faz alusão a homossexual] do [curso de] português diurno, aquele lixo humano". Outro texto antissemita já havia sido escrito no mesmo banheiro há mais de um ano, conforme a UFSC. O estudante registrou boletim de ocorrência da 5ª Delegacia de Polícia da capital, no Bairro Trindade. O G1entrou em contato com a Delegacia, mas até as 17h20 não obteve sucesso.
Sindicância
Diante das duas agressões pessoais ocorridas no ano passado, o estudante comentou que pesquisou o nome do autor das ofensas e fez uma reclamação na Ouvidoria da UFSC. Ele descobriu que o homem não era aluno da Universidade. Na terça (22), a vice-reitora da instituição, Lucia Helena Martins Pacheco, disse que será aberta uma sindicância para apurar o caso.
A presidente da Associação Israelita Catarinense (AIC), Leonor Scliar-Cabral, que também é professora do Departamento de Línguas e Letras Vernáculas (DLLV), entregou um documento à Reitoria repudiando a ação. Ela argumentou que a violência foi motivada por ódio a duas minorias sociais e pode ser entendida como uma ameaça de homicídio ao estudante.
Além da sindicância, a UFSC informou que pretende tomar outras medidas contra o responsável pelo conteúdo, além de realizar uma campanha de combate a preconceitos.
Fonte: G1, 23/04/2014
Fonte: G1, 23/04/2014
0 comentários:
Postar um comentário