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terça-feira, 18 de março de 2014

Transmissão do HIV em relação lésbica registrado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC)


Imagem de microscópio mostra o HIV deixando uma célula do sistema imunológico: primeiro caso de infecção em relação lésbica
Foto: Latinstock
Imagem de microscópio mostra o HIV deixando uma célula do sistema imunológico:
 primeiro caso de infecção em relação lésbica Latinstock

EUA relatam primeiro caso de transmissão do HIV em relação lésbica
Mulher teria contraído vírus causador da Aids durante relação lésbica monógama de seis meses com parceira infectada

NOVA YORK - O primeiro caso confirmado de transmissão do HIV durante uma relação lésbica foi relatado nesta quinta-feira por autoridades de saúde federais dos EUA, que disseram que o caso é extremamente raro mas aconselharam casais lésbicos a tomar precauções quando um dos parceiros está infectado. Testes genéticos mostraram que os vírus em ambas mulheres eram mais de 98% idênticos, provando que uma infectou a outra, informou o Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC).

Em numerosos estudos prévios de mulheres que pensaram ter sido infectadas por outras mulheres, ou nenhum teste genético tinha sido feito ou as mulheres recém-infectadas relataram outras atividades que pudessem ter sido a causa, como sexo recentemente com homens, uso de drogas injetáveis ou transfusões de sangue. As mulheres do novo caso, ambas na cada dos 40 anos, moravam em Houston quando a transmissão aconteceu em 2012. A parceira infectada estava sob tratamento contra o HIV desde o começo de 2009 até o fim de 2010, mas então tinha parado de tomar os remédios. As mulheres relataram ter feito sexo durante seus períodos menstruais e usado vibradores, em algumas ocasiões com tamanha brutalidade que ocorreram sangramentos.

A mulher recém-infectada informou não ter tido outros parceiros sexuais durante os seis meses anteriores à infecção. Ela tinha sido testada como negativa para o HIV quando vendeu seu plasma sanguíneo em março de 2012. Os testes de anticorpos podem ter um “período de janela”, normalmente de um a três meses, durante o qual uma pessoa recém-infectada apresenta resultado negativo porque os anticorpos para o vírus ainda não foram fabricados.

Dez dias depois, porém, a mulher foi para na emergência de um hospital com sintomas similares ao de uma gripe que algumas vezes indicam uma infecção pelo HIV. Mas mais uma vez o teste de anticorpos deu negativo e ela recebeu remédios sob suspeita de que tivesse apenas uma gripe ou resfriado. Dezoito dias depois, porém, novamente em um centro de recolhimento de plasma sanguíneo, seu teste deu positivo.

Embora métodos de barreira para sexo sem pênis, como camisinhas bucais, existam, eles não são práticos para uso com vibradores e pouco usados por quem faz sexo oral. Em um editorial, integrantes do CDC aconselharam que todas as pessoas infectadas que façam sexo com não infectados mantenham seu tratamento em dia, o que pode reduzir os níveis de vírus no sangue e fluídos corporais tanto que a transmissão é muito pouco provável.

Fonte: O Globo, Donald G. McNeil Jr., via New York Times, 14/03/2014

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