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sexta-feira, 28 de março de 2014

Beijo LGBT ainda incomoda


Gays se beijando na rua incomodam 6 de cada 10 brasileiros

Evangélicos são o grupo mais intolerante aos beijos públicos de casais homossexuais: chance de concordar com a proibição do casamento entre gays é 3,5 vezes maior


São Paulo - Quase 60% dos brasileiros se incomodam ao ver dois homens ou duas mulheres se beijando em público. Embora as demonstrações públicas de afeto causem incômodo, quando se trata de direitos civis, a população se mostra um pouco mais aberta e tolerante: 50% concordam que casais de pessoas do mesmo sexo devem ter os mesmos direitos dos outros casais. 

O dado é do estudo "Tolerância social à violência contra as mulheres", divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira, que também avaliou a percepção de brasileiros sobre os homossexuais. 

Sobre as demonstrações de carinho, 44,9% concordaram totalmente com a afirmação "incomoda ver dois homens, ou duas mulheres, se beijando na boca em público"; 14,3% o fizeram parcialmente, 4,8% foram neutros, 6,9% discordaram parcialmente e 28,2% discordaram totalmente da afirmação. 

Quando se fala de casamento, as opiniões ficam extremamente divididas, com 51,7% dos entrevistados afirmando que a união entre pessoas do mesmo sexo deveria ser proibida. 

Das quase 4 mil pessoas ouvidas pelo Ipea, 66,6% eram mulheres.

Religião

De forma geral, entre os entrevistados, o grupo mais intolerante é o dos evangélicos.

Segundo o Ipea, a chance de um seguidor da religião concordar total ou parcialmente com a proibição do casamento entre gays é 3,5 vezes maior do que alguém que não seja nem evangélico, nem católico.

Eles também são os que mais discordam da ideia de que o amor entre um casal de dois homens possa ser tão bonito quando o de um casal formado por um homem e uma mulher.

Sobre este último ponto, porém, a aprovação não é alta também no público em geral: 41,1% concordaram que o amor entre um casal gay é tão bonito quanto o entre um casal convencional.

Mas a chance de os evangélicos serem neutros ou discordarem desta ideia é 2,2 vezes maior que no grupo que não é nem católico nem evangélico, que representaram 24,7% do total de entrevistados, contra 65,7% de católicos. O restante, 9,6%, era de pessoas de outras ou sem religião.

Os dados do Ipea fazem parte da pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), realizada com 3.810 pessoas em 212 cidades de todos os estados do país, entre maio e junho de 2013.

Fonte: Exame, Beatriz Souza, 27/03/2014

Um comentário:

  1. Ver um evangélico na rua me incomoda muito também! Posso proibi-los de saírem de suas igrejas?

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