Emerson Sheik dá selinho em Isaac e provoca polêmica (Foto: Reprodução Instagram) |
Polícia investiga torcida por ameaça contra Sheik após foto com selinho
Heterossexual, Emerson Sheik postou selinho em amigo contra homofobia. Membros da Camisa 12 contrários à divulgação cobram desculpas do atleta.
Heterossexual, Emerson Sheik postou selinho em amigo contra homofobia. Membros da Camisa 12 contrários à divulgação cobram desculpas do atleta.
A Polícia Civil de São Paulo vai investigar a Camisa 12, uma das torcidas organizadas do Corinthians, por suspeitas de ameaças contra o jogador Emerson Sheik, que publicou uma foto nas redes sociais dando um selinho em um amigo, e também de praticar homofobia ao buscar proibir a presença de homossexuais no time.
O atacante corintiano se tornou alvo de protestos de torcedores na segunda-feira (19) ao postar no dia anterior no seu perfil, no Instagram, uma imagem dele dando um selinho no amigo Isaac Azar, dono do restaurante Paris 6, nos Jardins.
O caso na Polícia Civil é apurado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Em entrevista nesta terça-feira (20) ao G1, a delegada Margarette Barreto afirmou que quer ouvir a presidência da Camisa 12 para tentar identificar os cinco torcedores e saber o que eles têm a dizer sobre o protesto que fizeram.
Também disse que pretende chamar Sheik à delegacia para saber se ele se sentiu ameaçado e se pretende fazer uma representação contra os membros da torcida. No caso da injúria é preciso uma queixa-crime.
“Para que a Decradi instaure um inquérito policial é preciso, no entanto, que o atleta represente ou que haja uma queixa-crime”, disse a delegada Margarette Barreto. “O que a delegacia está fazendo é uma investigação sobre uma ameaça contra um jogador porque ele publicou uma foto beijando outro homem”, explicou.
Comentário em foto
Ao publicar a imagem, Sheik disse que tinha o objetivo de se manifestar contra o preconceito e homofobia. "Tem que ser muito valente para celebrar a amizade sem medo do que os preconceituosos vão dizer", escreveu como legenda da foto. A foto foi tirada após a vitória por 1 a 0 do Corinthians sobre o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro, no Pacaembu.
No dia seguinte, cinco torcedores ligados à Camisa 12 foram à frente do Centro de Treinamentos Joaquim Grava e exibiram faixas contrárias a Sheik por ele ter divulgado foto na qual beija os lábios do colega.
"Viado não" e "Vai beijar a P.Q.P., aqui é lugar de homem" foram as frases escritas contras o atacante que participou da campanha mais importante da história do Corinthians: as conquistas da Taça Libertadores e do Mundial de Clubes. O grupo prometeu mais protestos contra Sheik nos próximos dias até que ele peça desculpas e se retrate publicamente.
Esse preconceito contra o Sheik pode gerar um efeito onda. Homofobia é uma coisa séria. Para evitar que um mal maior aconteça já decidi pedir a investigação do caso. Existe o risco de o atleta ser agredido, ou de outros atletas e até gays serem agredidos por conta disso"
Margarette Barreto, delegada da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)
Prevenção
Segundo Margarette Barreto, uma das atribuições da Decradi é monitorar grupos de intolerância justamente para prevenir e evitar que eles ajam contra grupos ou pessoas. “Esse preconceito contra o Sheik pode gerar um efeito onda. Homofobia é uma coisa séria. Para evitar que um mal maior aconteça já decidi pedir a investigação do caso. Existe o risco de o atleta ser agredido, ou de outros atletas e até gays serem agredidos por conta disso”, disse.
No entendimento da delegada, se os cinco torcedores da Camisa 12 forem identificados, eles poderão responder pelos crimes de ameaça (contra Sheik) e injúria (contra gays). “Fizeram ameaças de continuarem pressionando Sheik a pedir desculpas e também disseram que gay não joga no time porque futebol é lugar de homem”.
Para Margarette, a atitude de Sheik foi louvável. “Acho importantes que os atletas se engajem nisso porque futebol é um universo muito machista. Foi bem bonito e corajoso o que ele fez. Mais jogadores poderiam se engajar nessa causa contra o preconceito e contra a homofobia”.
Procurada para comentar o assunto, a Camisa 12 informou que ficaria com o contato da equipe de reportagem para depois retornar a ligação.
O G1 também procurou a assessoria de imprensa do Corinthians para tentar um contato com Sheik. De acordo com uma assessora, o atleta estava concentrado nesta tarde em Goiás para um jogo da Copa do Brasil contra a Luverdense, na quarta-feira (21).
Isaac Azar também não foi encontrado, mas em entrevista ao Globo Esporte.com afirmou que a foto era um protesto contra pessoas que acreditam, por exemplo, na cura gay.
Leia Mais
Nossa... Primeiro jogador que conheço que possui substancial ideológico, que foge daquele bando de nada que só jogam futebol e recebem salários absurdos as custas de gente imbecil que vai assisti-los e da sociedade que paga impostos, é tratado desse jeito?! Quanto hostilidade Brasil!
ResponderExcluirJá mataram garoto com morteiro, já feriram muita gente em brigas de rua, já quebraram patrimônio público, e agora acrescentam a lista discurso de ódio e ameaça de morte por homofobia. Quem estiver envolvido em crime tem que se ver com a Justiça, pode ser torcida, igreja o cacete a quatro.
ResponderExcluirTomara que as autoridade tomem sérias providências contra essa corja.
Sergio Viula