Local: No Largo do Machado!!!
Concentração e Oficina de Cartazes: 14hs!!!
Saída em direção ao Palácio Guanabara: 17hs!!!!
Grupo organiza "beijaço LGBT" durante primeiro discurso do papa na Jornada
No dia em que chegar ao Rio de Janeiro para dar início à Jornada Mundial da Juventude --a segunda-feira (22)--, o papa Francisco terá uma cerimônia oficial de boas-vindas no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Mas também terá de enfrentar um protesto contra a homofobia.
Do lado de fora do Palácio, um grupo está programando um "beijaço LGBT" durante as primeiras palavras de saudação do papa para os peregrinos da Jornada. Segundo a organização da manifestação, o protesto será realizado em função do crescimento da homofobia e do fundamentalismo religioso no Brasil.
"O protesto foi pensado a partir do ano passado, quando o antigo papa Bento 16 fez o discurso de final de ano e disse que a família homoafetiva é uma ameaça ao mundo, que somos o mal do mundo", explica um dos líderes da organização do Beijaço, que prefere não se identificar por medo de "ataques de fundamentalistas religiosos".
"Desde o início, o Beijaço foi pensado para a semana da JMJ. (...) Em termos estratégicos é imprescindível demarcarmos a legitimidade das nossas sexualidades nesse momento", afirma outra líder do movimento. "A própria reação dos religiosos na página do evento [no Facebook] demonstra como o imaginário e o conservadorismo católico e cristão se traduzem em atitudes e discursos violentos e intolerantes contra as sexualidades não-normativas".
A concentração do ato será feita no Largo do Machado, zona sul da cidade, às 14h, a menos de 1,5 km da sede do governo. De lá, os manifestantes seguirão em direção ao Palácio Guanabara, onde pretendem chegar às 17h. Até a quarta-feira (17), cerca de 1.500 pessoas haviam confirmado presença pelo Facebook.
"O beijo - expressão de amor ou prazer - será a nossa forma de protestar dessa vez. Chega desse falacioso discurso moral e do atropelo de nossos direitos fundamentais! Vocês vão ter que nos engolir! Toda forma de amor vale a pena!", diz a organização do protesto.
O grupo afirma que não pretende se reunir com o papa e sim "dar visibilidade à opressão que a população LGBT sofre nas ruas, alertando para o perigo de discursos religiosos fundamentalistas".
"Não há nenhum interesse de reunião com o papa, não temos o que reivindicar à Igreja. Não queremos e não precisamos que nenhuma religião legitime nossas sexualidades, queremos apenas que elas sejam respeitadas. (...) As pessoas em geral não conectam as declarações religiosas com a morte das Travestis e Transexuais, com as agressões físicas à lésbicas e homossexuais. Como se as violências físicas não encontrasse nos discursos religiosos que atacam as nossas sexualidades o respaldo moralista", explica.
Os organizadores do "beijaço LGBT" afirmam ainda que o medo de uma maior repressão policial por conta da JMJ é o mesmo de repressões homofóbicas sofridas todos os dias.
"O cotidiano do LGBT é repleto de incertezas e inseguranças. Porque além da violência sofrida por qualquer cidadão, assalto e etc, temos um tipo de violência específica que ataca diretamente a nós, que é pelo fato de não nos enquadrarmos nos perfis hetenormativos que esperam da gente", explica um dos líderes.
Fonte: UOL Notícias Cotidiano, 18/07/2013 e Beijaço LGBT na JMJ 2013
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