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sábado, 29 de junho de 2013

Presidente do PSDB-GO diz a manifestantes que a legenda votará contra projeto de "cura gay"

Manifestantes se reúnem e decidem não fazer passeata por Goiânia (Foto: Sílvio Túlio / G1)
Manifestantes contra a 'cura gay' se reúnem e decidem não fazer passeata em Goiânia (Foto: Sílvio Túlio / G1)

Passeata contra 'cura gay' é abortada após reunião com diretório do PSDB
Partido de deputado autor do projeto convocará executiva para discussão. Ativistas cancelaram manifestação porque saldo do encontro foi 'positivo'.

Militantes homossexuais fizeram uma manifestação em Goiânia, nesta sexta-feira (28), dia mundialmente dedicado ao Orgulho Gay. Cerca de 40 pessoas se reuniram em frente ao diretório estadual do PSDB para protestar contra o projeto apelidado de "cura gay", de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO). Eles pretendiam fazer uma passeata, mas cancelaram o evento depois que o presidente estadual do partido, Paulo de Jesus, recebeu uma comissão representando o movimento.

O grupo se reuniu na porta do diretório regional do PSDB, no Setor Sul, por volta das 17h30. Com cartazes e um carro de som, os manifestantes criticavam a proposta apresentada pelo deputado João Campos. O projeto, que foi provado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília, permite aos psicólogos promover tratamento orientado à questão da homossexualidade.

Os militantes pretendiam seguir até uma igreja do Setor Vila Nova, onde o deputado é pastor evangélico. Carros da polícia já estavam de prontidão e agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) aguardavam para abrir caminho. Mas o movimento avaliou como "positiva" as explicações do diretório do partido e decidiu, em uma votação, cancelar o restante da manifestação.

Paulo de Jesus ouviu as reclamações dos manifestantes em uma sala do diretório regional e deixou clara a posição da legenda. "O partido é contra o projeto e posso garantir que toda nossa bancada votará contra ele", disse aos manifestantes. Antes, uma nota do partido já circulava entre os ativistas, na qual alegava que a "cura gay representa um atraso para alcançar o objetivo de um país mais justo".

Sobre um possível "isolamento" de João Campos por parte do partido por conta da proposição do polêmico projeto, o presidente disse que não acredita nessa possibilidade. "Vamos reunir a nossa executiva para tomar uma posição. Mas temos que ser tolerantes respeitar as convicções dele", afirmou Paulo de Jesus.

O G1 tentou contato com o deputado federal João Campos, mas ele não atendeu as ligações. Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti e Transexual (LGBT) e um dos líderes do movimento, Edson Santana afirmou que deixou a reunião confiante. "Para nós foi positiva, porque deu para perceber que o partido está mostrando a sua posição. O fato de garantirem que vão conversar com o João Campos sobre o projeto já é alguma coisa", destaca.

Fonte: G1, 28/06/2013

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