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A todo o vapor na luta contra o casamento igualitário, nos últimos dias a nada Santa Madre Igreja surpreendeu a todos com as declarações do ministro do Vaticano para a família, monsenhor Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício da Família, que se pronunciou a favor dos direitos homossexuais e depois desmentiu a abertura sobre o tema, e ontem com a renúncia do Papa Bento XVI, o quarto a renunciar na história da instituição. Os outros foram: Gregório XII, em 1415; Celestino V, em 1294; e Ponciano, em 235.
Renúncia se trata, portanto, de evento raro na trajetória do papado e está dando e ainda dará muito o que falar daqui por diante. Por ora, fiquemos com uma razão bem-humorada para a demissão desse papa conservador que já vai tarde: não aguentava mais o vento que fazia as roupinhas de papa lhe baterem na cara deixando-o mais cego do que as ideias anacrônicas que defende costumavam fazer. Não habemus mais papam! Olê! N.E.
Ministro do Vaticano desmente abertura a direitos dos gays
"Minhas palavras foram deturpadas deliberadamente", acrescentou o religioso
Cidade do Vaticano - O ministro do Vaticano para a família, monsenhor Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício da Família, desmentiu nesta quarta-feira que tenha se pronunciado em favor dos direitos para casais "de fato", homossexuais ou não, negando uma abertura por parte da hierarquia da Igreja Católica sobre o tema.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, Paglia manifestou sua "surpresa" diante da interpretação feita pela imprensa de suas declarações.
"Minhas palavras foram deturpadas deliberadamente", acrescentou o religioso.
"Minhas declarações não só não foram entendidas, como tampouco se compreendeu o afeto com que foram ditas. A verdade é que foram desviadas, talvez conscientemente", acrescentou.
"Uma coisa é pedir que se verifique se nas instituições existentes é possível extrair normas que protejam os direitos individuais, outra coisa muito diferente é aprovar certas perspectivas", afirmou.
Em um encontro na segunda-feira com a imprensa, Paglia explicou que a situação dos casais de fato, homossexuais ou não, tinha que ser resolvida pelo Estado para impedir injustiças e discriminações.
O religioso reiterou novamente sua defesa do casamento tradicional, entre um homem e uma mulher, que considera o "elemento fundador" da sociedade e reforçou que aprova "plenamente" a condenação ao casamento gay pronunciada pelos bispos do Reino Unido e da França, países que acabam de legalizar tais uniões.
"A doutrina da Igreja é clara, assim como a tradição jurídica milenar do casamento em todas as culturas: para fundar uma família é necessário um homem e uma mulher", reforçou.
"Desviar-se deste caminho (...) leva à instabilidade e à decomposição da sociedade humana", comentou.
"As formas de vida em comum não familiares constituem um verdadeiro arquipélago de situações. É claro que deve-se garantir os direitos individuais", assegurou.
As afirmações do prelado, que geraram reações da imprensa e dos movimentos italianos de defesa dos homossexuais, caíram mal na Cúria Romana, que não costuma comunicar as divisões internas sobre temas tão polêmicos.
Fonte: Exame via AFP, 06/02/2013
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