All Expressions de Aline Biasuz |
No início de janeiro, publiquei uma postagem sobre moda para lesbianas, nos EUA, ocasião em que também lamentei, até onde sabia, o fato de que nenhuma brasileira ainda havia se decidido a costurar para nós. Para minha grata surpresa, contudo, fui informada pelo facebook que já havia sim uma loja de moda para mulheres coloridas no Rio Grande do Sul.
Entrei em contato com a proprietária da loja para uma entrevista e conversamos sobre seu projeto. Minha entrevistada se chama Aline Biasuz, da cidade natal de Marau (RS), que, desde os 14 anos, reside em Passo Fundo (também RS).
Em termos profissionais, Aline trabalhou como mecânica na oficina do pai até os 16 anos e, depois, no segmento da construção civil, nele permanecendo até montar sua empresa, que levou ao ar no final de setembro do ano passado (27.09.12).
Em termos profissionais, Aline trabalhou como mecânica na oficina do pai até os 16 anos e, depois, no segmento da construção civil, nele permanecendo até montar sua empresa, que levou ao ar no final de setembro do ano passado (27.09.12).
Aquariana, completando 28 anos hoje (02/02), Aline afirma que adora inovações, o diferente, mas acima de tudo o possível. No momento, dedica a maior parte de seu tempo ao trabalho, embora não dispense a descontração com os amigos e longas e inspiradoras viagens de carro. Na entrevista abaixo, ela fala de sua pioneira loja especializada no segmento de mulheres que amam mulheres, do que a inspirou para esse projeto e de seus planos para o futuro.
Quando e onde surgiu a All Expressions e qual a razão da iniciativa? Se inspirou em congêneres do exterior?
Moda ALL Expressions |
A ALL expressions me devolveu para a vida, após anos de dor e repressão por não aceitar minha condição natural. Acredito que, assim como eu, muitas outras meninas e meninos passam por isso. Hoje nós fazemos a moda para aquela menina que quer ficar bonita ao seu jeito ou para sua namorada. Escolhemos ser a primeira marca a tratar da lesbianidade com verdadeiro carinho e preocupação.
Você trabalha com outras pessoas? Quem faz a modelagem das roupas?
AB: Hoje eu sou proprietária única da empresa, mas tenho uma pessoa que gerencia e monitora as redes sociais e despacha as encomendas. O desenvolvimento da coleção assim como a modelagem são feitas por estilistas que contrato por coleção. A parte da costura é feita via facção, serviço especializado contratado para costurar determinadas peças.
Suas criações são apenas para lesbianas ou também, como diz o nome da empresa, para todas as cores do arco-íris?
AB: Como citei acima, ela nasceu com o propósito de atender de forma carinhosa os coloridos, então essa primeira coleção foi voltada para o público lesbiano, mas preparamos surpresas para coleção de inverno. Vamos levar nossa marca para os meninos também.
Sua modelagem é fundamentalmente masculina, adaptada ao corpo feminino, ou também trafega pelo andrógino ou mesmo o feminino?
AB: Nossa modelagem tem base masculina, tanto para o publico lésbico como para o público gay, porém cada uma com sua adaptação. Na linha de acessórios, trazemos também um toque de feminilidade para aquela menina que quer presentear sua namorada ou até mesmo experimentar novas composições de estilo.
De que tipo de peças se compõe sua coleção?
AB: Nesta primeira investimos em camisaria, um pouco de alfaiataria e alguns acessórios diferenciados. Já para a segunda, que é a coleção outono/inverno, acrescentamos mais alfaiataria, peças de malha, lãs e novos acessórios. Esperamos também lançar calças e bermudas com designer diferenciado para coleção de verão 2014 que já tem tema definido.
AB: Quando alguém fica sabendo a reação é sempre a mesma: “Nossa, estava faltando isso mesmo, que bom que alguém pensou em nós.” Como somos a primeira, queremos ouvir nosso público, entender o que mais ele deseja e, se estiver a nosso alcance, queremos atendê-lo.
Vocês vendem via showroom, em Passo Fundo (RS), e também pelo site de vocês para outras localidades. Como escolher as roupas pelo site?
AB: Hoje nosso canal de vendas é o e-commerce, o que nos possibilita vendas para todo Brasil onde haja serviço dos correios. Para clientes das proximidades de Passo Fundo, atendemos no showroom ou via e-commerce.
Para facilitar a escolha, temos ao lado de cada produto uma tecla chamada “guia de tamanhos”. Ali o cliente obtém as informações a respeito das medidas: até ilustramos uma forma bem fácil e simples para quem não tem fita métrica em casa. Para inicio de março, nossos clientes já terão apoio direto do atendimento on line para auxiliar e tirar dúvidas.
A primeira coleção teve uma temática baseada o rock. Já tem uma próxima, e qual será o tema? E para quando prevê o lançamento?
AB: O tema da coleção nova já está pronto, e preferimos manter suspense, mas vem com muita emoção, posso afirmar. O lançamento para o público será no dia 22 de março, no showroom da empresa, entrando no ar pelo site dia 24 de março à meia-noite.
Para este ano, planejamos também realizar um bazar temporário, em várias cidades do país, como forma de diferenciação, já tendo agendamento em Porto Alegre no início de abril. Acreditamos ser importante estar próximo da clientela para haver uma maior interação com ela. Para as demais cidades, estamos abertas a convites.
Você acredita que, como nos EUA, seu exemplo pioneiro será seguido em outras cidades? Quem sabe um dia um evento de moda lesbiana no Brasil?
AB: Gosto de pensar que quanto mais produtos bons e especializados no mercado, mais munidos de bom gosto as pessoas vão ficando. Então, os bastidores da moda que se preparem porque queremos estar desfilando nossa identidade nos palcos de sucesso.
Por fim, deixe uma mensagem para as/os leitores do site. E agradecida pela entrevista.
AB: Costumo repetir uma frase sempre que meus desenhos e sonhos se tornam realidade: “O impossível é geralmente aquilo que ainda não experimentamos.” Eu tinha medo de ser feliz, mas tive coragem de experimentar e, agora, viver feliz virou um vício...”
Obrigada pela oportunidade da entrevista. Quero que saibam que meu coração está em cada palavra aqui escrita.
espero que apareça uma assim em BH. 10!
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