Por Míriam Martinho
Sob pretexto de combater o turismo sexual em Pernambuco, a organização não governamental Pró-Vida veiculou, no jornal Folha de Pernambuco, na última segunda-feira (3), o cartaz acima, onde coloca o "homossexualismo" par a par a pedofilia, o turismo sexual e a exploração de menores.
Sob pretexto de combater o turismo sexual em Pernambuco, a organização não governamental Pró-Vida veiculou, no jornal Folha de Pernambuco, na última segunda-feira (3), o cartaz acima, onde coloca o "homossexualismo" par a par a pedofilia, o turismo sexual e a exploração de menores.
O anúncio causou furor entre LGBT, nas redes sociais, já motivou pedido de desculpas do jornal, nota de repúdio da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, assinada pela ministra Maria do Rosário Nunes, e agora denúncia da ONG LGBT Leões do Norte junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que passou a investigar o anúncio do Instituto Pró-Vida contra os gays.
Como de costume entre esses religiosos, mais uma vez, o responsável pela peça publicitária, no caso o presidente do Pró-Vida, Márcio Borba, saiu-se com a desculpa da liberdade de expressão para divulgar seus preconceitos. Dessa forma, não só confirmou sua má-fé como ajudou a deturpar esse pilar fundamental das democracias, a liberdade de expressão, que não quer dizer simplesmente alguém sair dizendo o que lhe dá na telha, de forma inconsequente, mas o direito de expressar ideias, conceitos.
Lembramos que a ideia de autocontrole, embutida nas regras de etiqueta social, imprescindíveis para o o convívio social, limitam o que as pessoas podem ou não dizer em público, como podem ou não agir em público. Nem por isso são consideradas ataques à liberdade de expressão. Todo mundo as acata sem pitis. Por que então se deveria aceitar as frequentes ligações espúrias que esses ditos religiosos fazem entre homossexualidade e pedofilia ou exploração de menores como mera liberdade de expressão? Aí se trata de calúnia simplesmente. E calúnia é delito penal e não liberdade de expressão.
Esperemos que essa denúncia vá para frente e possa estabelecer limites para as agressões públicas proferidas frequentemente por esses ditos religiosos contra pessoas homossexuais. Preconceitos todos temos, mas precisamos aprender a mantê-los dentro de nós e não sair por aí desopilando-os sobre um segmento inteiro da população brasileira.
0 comentários:
Postar um comentário