Com os óvulos de uma, fecundados com esperma de doador anônimo, e implantados no útero da outra, um casal de mulheres de São Paulo teve um menino, após três anos de relacionamento. Ambas enfermeiras, com respectivamente 46 e 42 anos, passaram, contudo, a se desentender já durante o período de gravidez, pois a doadora dos óvulos queria que o garoto também tivesse seu nome no registro de nascimento, demanda com a qual a grávida não concordou, alegando que o garoto sofreria discriminação.
Em 2008, o casal se separou, a gestante ficou com a guarda do garoto, e virou evangélica, passando a negar a própria homossexualidade, o que a tornou mais intransigente quanto à ex-companheira. Desde então a doadora dos óvulos briga na Justiça para ver o filho, tendo requisitado a guarda compartilhada da criança e a possibilidade de visitá-la regularmente. Obteve a última demanda, mas a guardiã da criança tem criado empecilhos para as visitas, inclusive escondendo o filho.
No último capítulo dessa lamentável novela que veio a público, a advogada da enfermeira, que briga na Justiça pela guarda do seu filho biológico, entrou inclusive com pedido de reversão de guarda, alegando que a ex-parceira que têm a guarda da criança a negligencia. Uma juíza que avaliou o pedido, contudo, alegou que a enfermeira não tem parentesco com o garoto (!?), o que levou sua advogada a recorrer da decisão.
Como o caso corre em segredo de Justiça, não se sabe os nomes das envolvidas neste triste episódio que só serve para demonstrar que a única diferença entre casais hetero e homossexuais é mesmo o preconceito que afeta os últimos. Sendo a separação não amistosa, as brigas por posses e filhos são idênticas porque os seres humanos são todos iguais.
Além da intransigência da guardiã da criança, provavelmente influenciada por ideias evangélicas, o mais incompreensível no caso é a afirmação da tal juíza de que a mãe biológica do menino não seria sua (dele) parente. Ela não ouviu falar de exame de DNA?
Além da intransigência da guardiã da criança, provavelmente influenciada por ideias evangélicas, o mais incompreensível no caso é a afirmação da tal juíza de que a mãe biológica do menino não seria sua (dele) parente. Ela não ouviu falar de exame de DNA?
E a criança no meio disso? Deve sofrer com essa briga. Que absurdo!A doadora dos óvulos tem até mais direito que a outra na minha opinião.
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