Amor e Revolução foi a novela do SBT, exibida de 5 de abril de 2011 a 13 de Janeiro de 2012, que tratou da época da ditadura militar (1964-1984), em nosso país, de maneira didática e tendenciosa. Os personagens fizeram discursos, em vez de interpretar, a partir de um roteiro criado sob medida para Sílvio Santos retribuir a ajuda que o governo Lula lhe deu no caso do falido Banco Panamericano. Por isso, a história tratou os militares simplesmente como vilões do enredo e a esquerda armada como a mocinha heróica que lutava pela reconquista da democracia. Nada mais falso. A esquerda que pegou em armas, contra os militares, não era nenhuma paladina da democracia. Pelo contrário, era a esquerda que, inspirada na Revolução Cubana, queria implantar uma ditadura comunista no Brasil. Aliás, essa esquerda e os militares foram igualmente protagonistas daquele período sombrio de nossa história.
A novela não atingiu grandes índices de audiência e talvez, por isso mesmo, tenha decidido apelar para a polêmica, primeiro, pegando carona na decisão do Supremo Tribunal Federal de reconhecer as uniões estáveis homossexuais no início do ano passado. Colocou então no dia 12 de maio, um longo beijo entre as personagens Marina (Luciana Vendramini) e Dra. Marcela (Gisele Tigre), no que foi veiculado como primeiro beijo gay da TV brasileira. Nem nisso a novela contou a história verdadeira, pois de fato o primeiro beijo lésbico da TV ocorreu em 1963, no teleteatro A Calúnia, da TV Tupi, onde a atriz Vida Alves, hoje com 83 anos, trocou um selinho com a atriz Geórgia Gomide, morta em janeiro de 2011. Leia mais aqui. Assim primeiro beijo gay só se for o de língua.
Segundo, no dia 27 de setembro, produzindo outro beijo entre as mesmas personagens que, no entanto, acabou cortado da novela (provavelmente porque aí o namoro entre Dilma Roussef e os evangélicos já havia esquentado), embora a cena tenha aparecido no site da emissora e depois caído na Internet.
De qualquer forma, fica abaixo o registro dos dois beijos, ao som de um bolero que combinou com a canastrice e a breguice das atrizes e da novela. Nem em cena amorosa deu para parar de fazer discurso.
O Brasil não tem memória. Obrigada por resgatar o verdadeiro primeiro beijo lésbico da TV. Lembro dessas grandes atrizes, mas não vi esse teleteatro. Sílvia
ResponderExcluirEu curti muito esta novela! Pena que não deu audiência. Foi uma das melhores novelas que eu já vi.
ResponderExcluirMas é claro que quando fala-se de primeiro beijo gay na tv aberta, estamos falando de beijo de língua, selinho já rolou vários.
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